Antes de ser mãe, eu comia os alimentos ainda quentes.
Eu não tinha roupas manchadas.
Eu tinha calmas conversas ao telefone.
Antes de ser mãe, eu dormia o quanto queria e nunca me preocupava com a hora de ir pra cama.
Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes.
Antes de ser mãe, eu limpava minha casa todo dia.
Eu não tropeçava em brinquedos nem pensava em canções de ninar.
Antes de ser mãe, eu não me preocupava se minhas plantas eram venenosas ou não.
Imunizações e vacinas eram coisas que eu não pensava.
Antes de ser mãe, ninguém vomitou nem fez xixi em mim, nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas.
Antes de ser mãe, eu tinha controle sobre minha mente, meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos.
... eu dormia a noite toda...
Antes de ser mãe, eu nunca tive que segurar uma criança chorando para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções.
Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam.
Eu nunca fiquei gloriosamente feliz e com uma simples risadinha.
Eu nunca fiquei sentada horas e horas vendo um bebê dormindo.
Antes de ser mãe, eu nunca segurei uma criança só por não querer afastar meu corpo do dela.
Eu nunca senti meu coração se despedaçar quando não pude estancar uma dor.
Eu nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina pudesse mudar tanto a minha vida.
Eu nunca imaginei que pudesse amar alguém tanto assim.
Eu não sabia que eu adoraria ser mãe.
Antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação de ter meu coração fora do meu próprio corpo.
eu não conhecia a felicidade de amamentar um bebê faminto.
Eu não conhecia esse laço que existe entre mãe e a sua criança.
Eu não imaginava que algo tão pequenino pudesse fazer-me sentir tão importante.
Antes de ser mãe, eu nunca levantei à noite a cada dez minutos, para me certificar de que tudo estava bem.
Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe.
Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes.
Por tudo e, apesar de tudo, obrigada, Deus, por eu ser agora um alguém tão frágil e tão forte ao mesmo tempo.
Obrigada Deus por permitir-me ser mãe!
Silvia Schmidt
quarta-feira, 4 de maio de 2011
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